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sábado, 30 de julho de 2011

Acaso (versão paralela)

 Por: Fabio da Silva Barbosa


 Não estava mais sentindo o cassetete quebrando suas costelas. O spray de pimenta o cegou e estava cada vez mais difícil respirar. A dormência, provocada pelo cansaço, substituiu a sua dor.


- Esses baderneiros... Filhos da puta... - Comentava o capital


Os instrumentos eram utilizados sem o menor pudor. O som seco e surdo produzido era indescritível. - BADERNEIRO... FILHO DA PUTA... - Berrava, o agressor, enquanto descia o braço.


 Lembrou-se de sua família, do porque resolveu se envolver naquela manifestação. Será que conseguiriam impedir a desocupação? Para onde iriam todos de sua comunidade?


 - Esses baderneiros... Filhos da puta... - O capital cantarolava, enquanto olhava o noticiário da tv.


- Por favor... Não... Por favor... Eu sou trabalhador... - Arquejou o jovem espancado. Abriu os olhos e viu novamente sua comunidade, formada por todos aqueles que se foram, devido a ganância e a ignorância do capital.



Foi, então, que o senhor capital desligou a tv e encheu um copo de whisky, vivendo feliz para sempre.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Acaso

Não estava mais sentindo o chicote estalando em suas costas. Já faziam dois dias que estava amarrado naquela posição.
A dormência, provocada pelo cansaço, substituiu a sua dor.

 - Cinquenta e quatro, cinquenta e cinco, cinq... - Contava em voz alta, o seu senhor.

 - Chiuaf! Chiuaf! - Silvava a vara nas costas do cativo.

 - Ocê num se meti a besta, nunca mais! - Dizia o carrasco, enquanto transpirava de cansaço.

 - Setenta e um, setenta e dois, set... - Lembrou-se da Gâmbia, sua terra natal. Como deveriam estar seus pais? Como deveriam estar todos em sua tribo?

 - Oitenta e três, oitenta e quatro, oit... - Seu senhor contava, enquanto montava no cavalo.

- Mama, mimi...nina... nyuma! Mama,...mimi...nina...nyuma! - Arquejou o jovem escravo.

  Abriu os olhos e viu novamente a sua tribo, formada por todos aqueles que se foram, devido a ganância e a ignorância do homem branco.

  Foi, então, que o seu senhor bateu as esporas no cavalo e sumiu no horizonte, vivendo o resto de sua vida feliz para sempre.

  Por: Alexandre Mendes

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Manifesto

Não podemos deixar que uma quantidade insignificante de pessoas, exploradoras da nossa mão de obra e dos nossos impostos, continuem a nos usurpar. Sabemos do aumento de salário dos políticos, que são exorbitantes e ficamos calados. 
Não entendo como o baixo escalão militar pode respeitar seus superiores.
São homens que se sentam com empresários e políticos. Discutem trocas de favores e outras formas de negociata. Enquanto isso, o cidadão comum  fica em segundo plano. Aquele que trabalha e paga os seus impostos, carrega o fardo mais pesado.
São homens que destroem a humanidade e o mundo, utilizando todo o poder e ganância que possuem.
Desfrutam da riqueza que nós produzimos, sem fazer muito esforço.
Devemos lutar contra isso. Exigir o rebaixamento salarial dos políticos e o fim dos privilégios.
É mais que a nossa obrigação.


                                                                                          Alexandre Mendes

sábado, 23 de julho de 2011

Johannes Mario Simmel

Por: Alexandre Mendes

  


 Austríaco de Viena, Simmel nasceu em 7 de fevereiro de 1924. Filho de uma nobre família e formado em química, sentiu profundamente a crise do pós guerra, a partir de 1945. Tornou-se jornalista e escritor.
Seus romances abordam problemas da época em que foram escritos e temas bastante atuais, como o perigo da guerra nuclear, a manipulação da opinião pública pelos meios de comunicação em massa, depredação do meio ambiente e drogas.
   O romance "Todos seremos irmãos" (1967) conta a história do alemão Richard Mark (protagonista) e de outras personagens ao redor, pessoas que vivenciaram os horrores da segunda guerra, numa trama envolvendo o serviço secreto nazista do pós guerra, sexo, traição e assassinatos. Simmel faz questão de relatar a vergonha imposta aos alemãs após a guerra e como eles reagiram a isso. Ao mesmo tempo, ele consegue descrever sensações da primeira metade da década de 60, que no mundo real culminaram com as revoltas de 1968 ao redor do mundo.
" Alle Menschen werden Brüder", (seu título em alemão) possui várias passagens que parecem profetizar o cataclisma político que veio a seguir. Escolhi um trecho para que os leitores tirem as suas próprias conclusões. Ele fala da Guerra dos Seis Dias de 1967, a qual Egito, Jordânia e Síria, apoiadas por outros países islâmicos do entorno, decidiram combater os invasores israelenses. Mas foi tudo em vão. O apoio norte americano a Israel fez com que o minúsculo país massacrasse as tropas árabes em seis dias (4 a 10 de junho de 1967).
Na página 428, o guarda Stalling, carcereiro e ex membro do partido nazista, faz seus comentários no dia em que as tropas árabes fizeram o cerco a Israel. Vale ressaltar que naquela época, os judeus ainda eram vistos pelo ocidente como coitadinhos sem teto.

- Guerra! Estourou a guerra!
   Com essa exclamação o guarda Stalling precipitou-se pela minha cela cinco minutos atrás.
- O Egito declarou guerra a Israel. Há tanto tempo esperamos por isso!
Stalling estava completamente sem fôlego.
- Começou esta manhã! E como! Pobre Israel! Lutam em todas as frentes! E só vendo quanta gente os judeus têm que enfrentar...são egípcios, jordanianos e sírios. São...nem consegui guardar os nomes todos! São combates contra unidades blindadas no deserto e em Gaza! Ataques aéreos! Esse desgraçado do Nasser! Devia é ser enforcado! Criminoso de guerra! Que mal fizeram os coitados dos judeus! Construíram seu país com zelo e afinco, sem amolar ninguém. E agora que está um jardim florido, aquele canalha pôs olho gordo! Uns canalhas, toda aquela corja! Porcarias! (...) se agora todo o mundo não se juntar para ajudar os judeus, então os Estados Unidos que se calem, pois estou farto de ouvir falar nesse mundo livre! (...) Querem bombardear o Cairo (Israel)! Bem feito para aqueles cachorros! Há pouco estavam dançando e cantando nas ruas, de entusiasmo por aquela merda de guerra santa que eles querem fazer! (...) eu e todos aqui temos um único desejo: que os judeus os reduzam a pó, que façam picadinho deles, que não sobre nada dessa corja de patifes malditos.

Moral da citação: "PIMENTA NO CU DOS OUTROS É REFRESCO"

quinta-feira, 21 de julho de 2011

EEEEEEE!

Por: Alexandre Mendes

  Salve, meus queridos!

   Entrei com o dedão do pé esquerdo no meu primeiro dia de trabalho, após um mês de saborosas férias. Xandão, meu estimado PC queimou.
   Levando em conta o meu repúdio a Lan Houses, decidi me esforçar um pouco mais no batente dobrando de turno, durante alguns dias da semana.
Mas, como cada passo revela uma pedra diferente no caminho, após alguns dias estressantes de batalha, acabei chegando a conclusão de que não sei juntar grana. Mas tudo bem, fingi de morto, dei a volta e meti uma facada no meu crédito especial.
E agora...com vocês....Alexandre Mendes, de PC novo (e cueca velha no corpo!).
  Seu nome: Benedito
 É isso aí, Bené! Seja bemvindo a família!

PAZ, UNIDADE, AMOR E DIVERSÃO!
 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Andarilho

Por: Alexandre Mendes

Caminho por estradas de múrmurios em pedras
portuguesas, com toda a certeza
e chãos de terra batida
pela água da chuva caida

Tentando explicar o quê antes foi dito
mas falo com rochas, no espelho retorcido

Quem são vocês? Por que não entendem?
Fingindo sorrisos
no fundo só mentem...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A DANÇA


Por: Alexandre Mendes e                              
Fabio da Silva Barbosa

Ele estava com as costas na parede. A calça pesava e a merda já escorria pela perna abaixo. A faca pressionava contra seu abdome e seu algoz sorria alucinado. Assim estava ele, já há três dias. Amarrado por cordas em nós de marinheiro, implorava por sua vida. O primeiro dia foi difícil acostumar com aquele hálito: Odor de almíscar com enxofre. Agora, o que o incomodava era o cheiro nauseabundo de sangue. O chão rubro refletia sua dor. Achava que ainda resistiria a duas ou três estocadas. Antes, o pênis e depois a faca. Não aguentava mais tamanha tortura.
- Eu tenho dinheiro! Pelo amor de deus... Me solta!
- AAAAAAAAAAAHHHHH... – Respondia o algoz.
Antes de receber os últimos golpes, lembrou-se de sua mãe e dos tempos de criança. Lembrou-se do pai. Vomitou. Sua vista ficou turva. Seus pensamentos e preocupações foram ficando esquecidos. Tudo indo para o fundo de sua mente.
- O que achou do roteiro? – Perguntou o diretor.
- Não posso fazer esta merda. – Respondeu o ator.
- Não vai fazer? Tem certeza? – Retrucou o diretor puxando a peixeira que estava em baixo da escrivaninha.
- Mas... você não pode agir assim... O que é isso? Tá maluco?
Nesse momento, o diretor olha para cima e grita:
- Que liguem as câmeras... O filme vai começar!           
Sete anões vestindo biquíni fio dental saem dos cantos da sala. Cada um portava um canivete nas mãos e deram várias estocadas nas pernas do ator, que caiu atordoado.
- Luzes! câmeras! Não percam um detalhe da cena. – Ralhava o diretor enquanto riscava a peixeira no ar.
O cu... O brioco... Esse já estava da largura de um mergulhão. A cena foi interrompida e passaram para outro set. Lá, um gigante negro o esperava com o cassetete em chamas. Mas o gigante teve vontade de mijar.
- Não posso dirigir esta merda. – Disse o diretor jogando o roteiro sobre a mesa. – Tenho uma ideia melhor: Façamos um filme sobre um alienígena que chega a Terra e fica amigo das crianças.
O diretor tira a máscara e se revela: Era o Sidney Magal.
E todos foram dançar lambada felizes para sempre.

     

domingo, 3 de julho de 2011

Burro com trinta

Por: Alexandre Mendes

Fala aí, galera!
Minha presença nos blogs vai ficar um pouco rara, momentaneamente, pois meu meu computador é movido a Manivelox e vai pro conserto, esta semana ainda.. Enquanto isso, deixo uma poesia para vocês, inspirada nos meus últimos dois dias de vida, dias complicados, repletos de ananás para descascar e assombrações da realidade.

M.I.F.

Sólidas paredes emergem ao redor
A cidade tem um sobrenome que se chama Caos
 perfume, marmita e sopa de rua
mulheres e homens
caminham rumo a trilha
meio, imposta, meio escolhida
 Gritos de solidão em murmúrios coletivos
O frio da noite aquece
o quê pode vir a acontecer
quem está no lado, ficará de lado
Corda, pescoço, pistola, pelado
Mata, correndo, chorando, acuado
Sol quente, cinzas nuvens
Hoje, o dia será nublado